quinta-feira, 15 de abril de 2010

O Fenômeno dos Inéditos!

Todos que acompanham o ciclo das provas do Freio de Ouro demostram relativa admiração ao falarem sobre as etapas destinados aos cavalos inéditos - que são aqueles animais que nunca participaram do ciclo do Freio de Ouro, incluindo credenciadoras, classificatórias e final.
Quando um Núcleo promove qualquer evento que seja, busca sempre abrigar o maior número de concorrentes possível, para que, o evento seja considerado um sucesso e também que possa haver uma maior captação de recursos para financiar eventos futuros. O que teoricamente deveria ser o mais difícil de se obter em bom número, que são os cavalos inéditos, são os que mais tem lotado as provas credenciadoras.
Eu tenho uma teoria para tentar explicar esse fenômeno:
- 1º) São animais sem balizamento morfológico, ou seja, a exceção dos animais consagrados nas pistas morfológicas, a ampla maioria embora tenha participado de alguns certames, pode se deparar algumas vezes com uma oscilação tanto para mais como para menos, em relação a sua avaliação morfológica, o que em vista do grande peso desse quesito, influencia diretamente no resultado final;

- 2º) Sequência de etapas funcionais e um curto espaço de tempo. Os cavalos em treinamento, desenvolvem os movimentos da prova não em forma sequencial e sim de forma paulatina, como método para
melhor fixar os ensinamentos passados.E na prova, por questão de logística e do, normalmente, alto número de concorrentes, os movimentos como: andaduras, feno, esbarros e giros (1ª fase e Bayard Sarmento), duas mangueiras e duas paleteadas, são realizados em um espaço de 1 dia e meio, aliados ainda ao stress de viagem, mudança de ambiente, clima,... tornam impossivel prever como esses animais irão reagir a toda essa imposição.

Tem um termo que se usa que diz: "Bandido a gente vê, na frente da policia!" Essa frase se encaixa perfeitamente nesse caso.
Esses fatores anteriormente citados, enchem os proprietários e ginetes de expectativas e em minha ótica são o que tornam os inéditos, esse verdadeiro fenômeno de participação que hoje temos a oportunidade de acompanhar.
Com a abertura do número de credenciadoras inéditas por região e com a limitação de 48 vagas por categoria para a Final do Bocal de Ouro, a partir do próximo ciclo, pelo menos, devemos ter a qualificação para o preenchimento dessas vagas, através das melhores médias finais, ou seja, nem todo o animal credenciado, estará apto a correr o Bocal, dependendo sempre de sua média final para conquistar a vaga no Bocal de Ouro.
O Bocal, é sem dúvida, a prova mais importante da raça depois do Freio de Ouro, e ter a chance de disputá-lo, é considerado por muitos criadores como uma grande vitória.Mas fica aqui um questionamento: Até que ponto vale a pena forçar esses animais inéditos, em busca das melhores médias, a semelhança de uma volta rápida na Fórmula 1,para participar do Bocal, se o objetivo final de todos, é a participação na final do Freio de Ouro;Como se o Bocal fosse uma prova fácil de figurar, prova está que os vencedores, na ampla maioria das vezes, saem como favoritos a vencer o Freio.
Eu acredito que as individualidades dos animais devem ser respeitadas, e a recomposição física entre uma prova e outra, é essencial para manutenção do rendimento.A grande final dos inéditos se aproxima, com prenuncio de uma disputa muito acirrada.Boa sorte aos concorrentes!